A exposição a um agente patogénico não significa que a doença irá ocorrer, depende de saber se todas as condições da cadeia de infecção estão presentes. Em caso de emergência, pode ser difícil de distinguir se um fluido tem sangue misturado ou não; portanto, é melhor proteger-se de todos os fluidos do corpo.
A introdução das Precauções Universais no final dos anos 80 determinou que os profissionais de saúde se protegessem contra o risco de infecção cruzada de patógenos transmitidos pelo sangue, como HIV e Hepatite B. Isso levou a uma enorme demanda por luvas de látex. Acredita-se que esta seja a principal causa do aumento do número de profissionais de saúde com alergia ao látex.
Existe uma campanha mundial na prevenção da Dermatite irritativa por uso de luvas de látex que pode ocasionar alergias pelo látex e pelo talco. As proteínas do látex de borracha natural (NRL) têm o potencial de causar asma e dermatite. Reações alérgicas mais graves, como anafilaxia, também são possíveis.
O látex natural utilizado na indústria é extraído de uma planta chamada Hevea Brasilienses, tendo sido identificados até o momento 14 alérgenos. A reação mais comum aos produtos contendo látex, especialmente em usuários de luva, é o ressecamento e a irritação na área que teve contato, é uma reação não imunológica causada pela lavagem repetitiva das mãos com sabões ou detergentes, podendo através do talco da luva ou do pó do látex se tornar a porta de entrada para a sensibilização do látex.
Segundo dados da literatura mundial, estima-se que a prevalência da alergia a látex na população seja menor do que 1%. Mas, nas populações de risco, como profissionais de saúde e de resgate, expostos a luvas de látex, e de pacientes internados, essa prevalência pode chegar a 36%.
Tem gente que que não sabe que é alérgico, vai descobrir usando por um período elevado. Na questão de EPI que protege de patógenos, a luva de látex pode conter micro furos, é mais comum neste tipo de luva e ela é menos resistente, porém, no treinamento, a luva nitrílica é mais usual e recomendada por algumas razões:
O pó interno da luva de látex pode adentrar nas peças computadorizadas dos diversos equipamentos em uso; O aluno pode não lavar as mãos após treino e ficar por um tempo prolongado com o talco que pode lhe causar irritação; A luva nitrílica tem maior resistência quando guardada em kits de resgate e maior aderência em uso; Deve-se treinar com o que se usaria no atendimento real e a nitrílica é mais comum nos kits por sua resistência.
O suor das mãos, além de água, possui algumas substâncias como ureia, ácido úrico e cloreto de sódio, em contato com oxigênio do ar e o emborrachado ou o plástico ou o silicone contido nos diversos materiais que utilizamos nos cursos, prejudica muito esses materiais:
A forma de degradação dos materiais de resgate podem ser provocados pelo oxigênio, ozônio, radiação UV, calor e humidade (das mãos principalmente), é variável com o tipo de borracha (elastómero) utilizada na fabricação do artefato. Desse processo de degradação pode resultar no endurecimento da borracha; a borracha torna-se quebradiça; a borracha amolece e torna-se pegajosa; a borracha perde resiliência e resistência à rotura; a borracha fica com a superfície gretada (gretas com ou sem orientação preferencial; a superfície da borracha fica com um aspecto rugoso, muito similar à pele de elefante (crazing); ocorre liberação superficial de partículas de carga originada pela destruição, por oxidação, da matriz de polímero (chalking); em borrachas brancas ou coloridas pode surgir alterações de cor e brilho.
Geralmente existem três tipos de luvas mais comuns no mercado:
• Nitrilo – Estas luvas podem ser de qualquer cor (frequentemente roxas ou azuis) e são completamente impermeáveis aos fluidos corporais e às fezes. Estas são as luvas mais recomendadas para uso durante o contato com vítimas. Este material também é classificado para lidar com vazamentos de produtos químicos. As luvas de nitrilo são também as mais caras.
• Látex – luvas geralmente brancas, muitas vezes tratadas com pó para facilitar a sua entrada e saída. Estes não são usados tão amplamente como antes devido a uma prevalência de alergias ao látex, no entanto, as alergias ao látex raramente são fatais.
• Vinil – Luvas de vinil são encontradas em alguns kits; eles não devem ser usados para contato com fluidos corporais ou fezes. Eles devem ser usados principalmente para tocar as vítimas que não têm fluidos corporais externos ou fezes por esse motivo, algumas organizações recomendam que elas não sejam mantidas em kits de primeiros socorros devido ao risco de confusão.
Luvas e dispositivos de barreiras:
Manter-se protegido é a primeira prioridade de qualquer provedor de primeiros socorros. A minimização do risco é de vital importância e um dos principais perigos para um socorrista são fluidos corporais, como sangue, vômito, urina e fezes, que representam um risco de contaminação cruzada.
Os fluidos corporais e as fezes podem transmitir infecções e doenças, incluindo, mas não se limitando a, HIV e hepatite. A contaminação cruzada é aquela que resulta do transporte de microrganismos de um local contaminado para outro, não contaminado.
A contaminação cruzada pode ocorrer através dos equipamentos, utensílios usados durante a manipulação, mas também, através dos manipuladores (mãos e vestuário de proteção EPI em geral).
A principal ferramenta do provedor de emergência para evitar esse risco é um par de luvas impermeáveis. As luvas protegem o ponto de contato principal com a vítima (as mãos) e permitem que você trabalhe com maior segurança. Eles protegem não só dos fluidos corporais e fezes, mas de quaisquer infecções dermatológicas ou parasitas que a vítima possa ter. A primeira coisa que um socorrista deve fazer após avaliação da cena e quando se aproxima ou a caminho de uma vítima é calçar as luvas.
Porque usar álcool 70 na higienização do torso de RCP?
Recomendamos o álcool 70% com glicerina a 2% ou simplesmente o álcool 70. A vantagem da utilização do álcool 70%, fundamenta-se na sua ação germicida. Ao entrar em
contato com a pele o gel elimina 99,9% dos vírus e bactérias em questão de segundos. O álcool 70%, possui concentração ótima para o efeito bactericida, porque a desnaturação das proteínas do microrganismo faz-se mais eficientemente na presença da água, pois esta facilita a entrada do álcool para dentro da bactéria e também retarda a volatilização do álcool, permitindo maior tempo de contato. Desenvolvido para a higienização das mãos, como preventivo contra vírus e bactérias, sem a necessidade de usar água e sabão ou mesmo a toalha para secagem.
Álcool 70 e álcool gel é recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), devendo ser utilizado no dia a dia das pessoas, como prevenção ao vírus H1N1, visando evitar a contaminação. Utilizar antes e após o contato com pacientes.
Assepsia é a limpeza e remoção de sujeira e detritos em superfícies, para diminuição ou/e eliminação de bactérias. É o conjunto de medidas que permitem manter um meio inerte isento de bactérias. Impede a introdução de agentes atogênicos no organismo
Antissepsia é a eliminação parcial e/ou inibição do crescimento de microrganismo, que impedem a proliferação de germes, é usado para seres vivos. Antissepsia consiste na utilização de produtos (microbicidas ou microbiostáticos) sobre a pele ou mucosa com o objetivo de reduzir os micro-organismos em sua superfície. (ANVISA).
Podemos comprar o litro de álcool 70% na farmácia de manipulação, com dados do farmacêutico responsável, com data de validade, colocar em spray específico e usar com
gaze para limpeza (que é a retirada de sujidade) e higienização dos torsos usados nos cursos.
Outro produto do mercado muito usado é o MARINE FRESH da Spartan Brasil desinfetante para uso geral, dilui 1 parte dele em 20 de água para o tipo de uso nosso, segundo a fábrica:
http://www.spartanbrasil.com.br/produtos/detalhes/36/marine-fresh.html#top
É bactericida, fungicida e virucida, usado para limpeza.
A nossa preocupação maior, não é o aluno colocar a boca na boca do boneco após um outro aluno ter colocado, e sim, a movimentação das partículas de ar e água (fluidos) dentro do pulmão do boneco voltando em forma de vapor e gotículas aerossóis para a boca do aluno e consequentemente para seu pulmão.
Desde 1992 a AHA alerta através de seus artigos dos riscos de infecções por vírus, bactérias e fungos e doenças como gripe, resfriado, mononucleose, herpes, caxumba, catapora, candidíase, sífilis e outros, dá a devida importância de usarmos barreiras como face-shild (lenço facial) e pocket-mask nos nossos programas de treinamento em RCP. Não se admite colocar a boca diretamente na boca do torso a ser treinado.
Devemos seguir os padrões determinados pelas agências internacionais e sempre usar os materiais adequados, o aluno não está indo para mais um curso ou treinamento, ele está indo para uma nova experiência em sua vida e queremos que ele volte por isso dispensamos o melhor tratamento e a melhor atenção para ele.